“Esta é a vontade de Deus”, escreve o apóstolo Paulo, “a vossa santificação”. 1 Tessalonicenses 4:3. Em todo o Seu trato com o Seu povo, o objectivo de Deus é a santificação da igreja. Ele os escolheu desde a eternidade, para que fossem santos. Deu-lhes Seu Filho para morrer por eles, a fim de que pudessem ser santificados pela obediência à verdade, despidos de toda a mesquinhez do eu. Deles requer trabalho pessoal e pessoal entrega. Deus só pode ser honrado pelos que professam crer n'Ele, quando são conformes à Sua imagem e controlados por Seu Espírito. Então, como testemunhas do Salvador, podem tornar conhecido o que a graça divina fez por eles.
A verdadeira santificação vem por meio da operação do princípio do amor. “Deus é amor e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele”. 1 João 4:16.
A vida daquele em cujo coração Cristo habitar, revelará a piedade prática.
O carácter será purificado, elevado, enobrecido e glorificado.
A doutrina pura estará entretecida com as obras de justiça; os preceitos celestiais misturar-se-ão com as práticas santas.
Os que desejam alcançar a bênção da santificação têm de primeiro aprender o que seja a abnegação. A cruz de Cristo é a coluna central sobre que repousa o “peso eterno de glória mui excelente”. 2 Coríntios 4:17.
“Se alguém quiser vir após Mim”, disse Jesus, “renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-Me”. Mateus 16:24.
É o perfume de nosso amor aos semelhantes o que revela nosso amor a Deus. É a paciência no serviço, o que traz repouso ao coração. É pelo humilde, diligente e fiel labor que se promove o bem-estar de Israel. Deus sustém e fortalece aquele que está disposto a seguir o caminho de Cristo.
A santificação não é obra de um momento, de uma hora, de um dia, mas da vida toda. Não se alcança com um feliz vôo dos sentimentos, mas é o resultado de morrer constantemente para o pecado, e viver constantemente para Cristo.
Não se pode corrigir os erros nem apresentar reforma de carácter por meio de esforços débeis e intermitentes.
Só podemos vencer mediante longos e perseverantes esforços, severa disciplina e rigoroso conflito.
Não sabemos quão terrível será nossa luta no dia seguinte. Enquanto reinar Satanás, teremos de subjugar o próprio eu e vencer os pecados que nos assaltam; enquanto durar a vida não haverá ocasião de repouso, nenhum ponto a que possamos atingir e dizer: “Alcancei tudo completamente.”
A santificação é o resultado de uma OBEDIÊNCIA que dura a vida toda.
... os que se sentem inclinados a fazer alta profissão de santidade se contemplem no espelho da lei de Deus. Ao verem o vasto alcance de seus reclamos, e compreenderem que ela actua como perscrutadora dos pensamentos e intenções do coração, não se presumirão de estar sem pecado. “Se dissermos que não temos pecado”, diz João não se excluindo de seus irmãos, “enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós”. “Se dissermos que não pecamos, fazemo-Lo mentiroso, e a Sua palavra não está em nós.” “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo, para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”. 1 João 1:8, 10, 9.
Há os que professam possuir santidade, que se declaram santos do Senhor, que reclamam como um direito a promessa de Deus, ao mesmo tempo que recusam obediência aos mandamentos de Deus. Esses transgressores da lei reclamam tudo quanto é prometido aos filhos de Deus; mas isso é presunção da parte deles, pois João nos diz que o verdadeiro amor a Deus se revelará na obediência a todos os Seus mandamentos.
Não basta crer na teoria da verdade, fazer uma profissão de fé em Cristo, crer que Jesus não é um impostor, e que a religião da Bíblia não é uma fábula artificialmente composta.
“Aquele que diz: Eu conheço-O”, escreveu João, “e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade.
Mas qualquer que guarda a Sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado: nisto conhecemos que estamos n'Ele”. 1 João 2:4, 5. “E aquele que guarda os Seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele”. 1 João 3:24.
João não ensinou que a salvação devia ser adquirida pela obediência, mas que a obediência é fruto da fé e do amor. “E bem sabeis que Ele Se manifestou para tirar os nossos pecados”, disse, “e n'Ele não há pecado.
Qualquer que permanece n´Ele não peca; qualquer que peca não O viu nem O conheceu”.
1 João 3:5, 6.
Se estivermos em Cristo, se o amor de Deus estiver no coração, nossos sentimentos, pensamentos e acções estarão em harmonia com a vontade de Deus. O coração santificado está em harmonia com os preceitos da lei de Deus.
Muitos há que, embora procurando obedecer aos mandamentos de Deus, têm pouca paz ou alegria. Essa falha em sua experiência é o resultado da falta de exercitar a fé. Andam como se pisassem uma terra salina, um ressequido deserto. Pedem pouco, quando deviam pedir muito, pois não há limite para as promessas de Deus.
Tais pessoas não representam correctamente a santificação que vem mediante a obediência à verdade.
O Senhor quer que todos os Seus filhos e filhas sejam felizes, obedientes e desfrutem paz. Mediante o exercício da fé o crente toma posse dessas bênçãos.
Pela fé, cada deficiência de carácter pode ser suprida, todas as contaminações purificadas, cada falta corrigida e toda boa qualidade desenvolvida.
A oração é ordenada pelo Céu como meio de alcançar êxito no conflito com o pecado e no desenvolvimento do carácter cristão. As influências divinas que vêm em resposta à oração da fé produzirão no coração do suplicante tudo o que ele pleiteia. Podemos pedir o perdão do pecado, o Espírito Santo, a natureza cristã, sabedoria e fortaleza para Sua obra, todos os dons, enfim, que Ele prometeu, e a promessa é: “Recebereis.”
Foi no monte com Deus que Moisés contemplou o modelo da maravilhosa construção que devia ser o lugar de habitação da glória do Senhor. É no monte com Deus — no lugar secreto da comunhão — que devemos contemplar Seu glorioso ideal para a humanidade. Em todas as eras, por meio de comunicação com o Céu, Deus tem realizado Seu propósito por Seus filhos pelo gradual desdobrar em seu espírito das doutrinas da graça. Sua maneira de repartir a verdade é ilustrada nas palavras: “Como a alva será a Sua saída”. Oséias 6:3. Aquele que se coloca onde Deus o possa iluminar, avança, por assim dizer, da obscuridade parcial da aurora para o pleno brilho do meio-dia.
A verdadeira santificação significa perfeito amor, perfeita obediência, perfeita conformidade com a vontade de Deus.
Devemos santificar-nos para Deus mediante a obediência à verdade.
Nossa consciência deve ser expurgada das obras mortas para servir ao Deus vivo.
Não somos ainda perfeitos; mas é nosso privilégio desvencilharmo-nos dos obstáculos do eu e do pecado e prosseguir para a perfeição.
Grandes possibilidades, altas e santas conquistas são colocadas ao alcance de todos.
{Actos dos Apóstolos cap.55}