quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Santificação pela obediência à verdade

“Esta é a vontade de Deus”, escreve o apóstolo Paulo, “a vossa santificação”. 1 Tessalonicenses 4:3. Em todo o Seu trato com o Seu povo, o objectivo de Deus é a santificação da igreja. Ele os escolheu desde a eternidade, para que fossem santos. Deu-lhes Seu Filho para morrer por eles, a fim de que pudessem ser santificados pela obediência à verdade, despidos de toda a mesquinhez do eu. Deles requer trabalho pessoal e pessoal entrega. Deus só pode ser honrado pelos que professam crer n'Ele, quando são conformes à Sua imagem e controlados por Seu Espírito. Então, como testemunhas do Salvador, podem tornar conhecido o que a graça divina fez por eles.
A verdadeira santificação vem por meio da operação do princípio do amor. “Deus é amor e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele”. 1 João 4:16.

    A vida daquele em cujo coração Cristo habitar, revelará a piedade prática.
    O carácter será purificado, elevado, enobrecido e glorificado.

A doutrina pura estará entretecida com as obras de justiça; os preceitos celestiais misturar-se-ão com as práticas santas.
Os que desejam alcançar a bênção da santificação têm de primeiro aprender o que seja a abnegação. A cruz de Cristo é a coluna central sobre que repousa o “peso eterno de glória mui excelente”. 2 Coríntios 4:17.

    “Se alguém quiser vir após Mim”, disse Jesus, “renuncie-se a si mesmo, tome sobre si a sua cruz, e siga-Me”. Mateus 16:24.

É o perfume de nosso amor aos semelhantes o que revela nosso amor a Deus. É a paciência no serviço, o que traz repouso ao coração. É pelo humilde, diligente e fiel labor que se promove o bem-estar de Israel. Deus sustém e fortalece aquele que está disposto a seguir o caminho de Cristo.
A santificação não é obra de um momento, de uma hora, de um dia, mas da vida toda. Não se alcança com um feliz vôo dos sentimentos, mas é o resultado de morrer constantemente para o pecado, e viver constantemente para Cristo.
 Não se pode corrigir os erros nem apresentar reforma de carácter por meio de esforços débeis e intermitentes.

    Só podemos vencer mediante longos e perseverantes esforços, severa disciplina e rigoroso conflito.

Não sabemos quão terrível será nossa luta no dia seguinte. Enquanto reinar Satanás, teremos de subjugar o próprio eu e vencer os pecados que nos assaltam; enquanto durar a vida não haverá ocasião de repouso, nenhum ponto a que possamos atingir e dizer: “Alcancei tudo completamente.”
A santificação é o resultado de uma OBEDIÊNCIA que dura a vida toda.
... os  que se sentem inclinados a fazer alta profissão de santidade se  contemplem no espelho da lei de Deus. Ao verem o vasto alcance de seus  reclamos, e compreenderem que ela actua como perscrutadora dos  pensamentos e intenções do coração, não se presumirão de estar sem  pecado. “Se dissermos que não temos pecado”, diz João não se excluindo  de seus irmãos, “enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós”.  “Se dissermos que não pecamos, fazemo-Lo mentiroso, e a Sua palavra não  está em nós.” “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo,  para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça”. 1 João 1:8, 10, 9.
Há  os que professam possuir santidade, que se declaram santos do Senhor,  que reclamam como um direito a promessa de Deus, ao mesmo tempo que  recusam obediência aos mandamentos de Deus. Esses transgressores da lei  reclamam tudo quanto é prometido aos filhos de Deus; mas isso é  presunção da parte deles, pois João nos diz que o verdadeiro amor a Deus  se revelará na obediência a todos os Seus mandamentos.
 Não basta crer  na teoria da verdade, fazer uma profissão de fé em Cristo, crer que  Jesus não é um impostor, e que a religião da Bíblia não é uma fábula  artificialmente composta.

    “Aquele que diz: Eu conheço-O”, escreveu João,  “e não guarda os Seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a  verdade.

    Mas qualquer que guarda a Sua palavra, o amor de Deus está nele  verdadeiramente aperfeiçoado: nisto conhecemos que estamos n'Ele”. 1 João 2:4, 5. “E aquele que guarda os Seus mandamentos permanece em Deus, e Deus, nele”. 1 João 3:24.

João  não ensinou que a salvação devia ser adquirida pela obediência, mas que  a obediência é fruto da fé e do amor. “E bem sabeis que Ele Se  manifestou para tirar os nossos pecados”, disse, “e n'Ele não há pecado. 

    Qualquer que permanece n´Ele não peca; qualquer que peca não O viu nem O  conheceu”.
    1 João 3:5, 6. 

Se estivermos em Cristo, se o amor de Deus estiver no coração, nossos  sentimentos, pensamentos e acções estarão em harmonia com a vontade de  Deus. O coração santificado está em harmonia com os preceitos da lei de  Deus.
Muitos  há que, embora procurando obedecer aos mandamentos de Deus, têm pouca  paz ou alegria. Essa falha em sua experiência é o resultado da falta de  exercitar a fé. Andam como se pisassem uma terra salina, um ressequido  deserto. Pedem pouco, quando deviam pedir muito, pois não há limite para  as promessas de Deus.

    Tais pessoas não representam correctamente a santificação que vem mediante a obediência à verdade.

O Senhor quer que todos os  Seus filhos e filhas sejam felizes, obedientes e desfrutem paz. Mediante  o exercício da fé o crente toma posse dessas bênçãos.

     Pela fé, cada  deficiência de carácter pode ser suprida, todas as contaminações  purificadas, cada falta corrigida e toda boa qualidade desenvolvida.

A  oração é ordenada pelo Céu como meio de alcançar êxito no conflito com o  pecado e no desenvolvimento do carácter cristão. As influências divinas  que vêm em resposta à oração da fé produzirão no coração do suplicante  tudo o que ele pleiteia. Podemos pedir o perdão do pecado, o Espírito  Santo, a natureza cristã, sabedoria e fortaleza para Sua obra, todos os  dons, enfim, que Ele prometeu, e a promessa é: “Recebereis.”
Foi  no monte com Deus que Moisés contemplou o modelo da maravilhosa  construção que devia ser o lugar de habitação da glória do Senhor. É no  monte com Deus — no lugar secreto da comunhão — que devemos contemplar  Seu glorioso ideal para a humanidade. Em todas as eras, por meio de  comunicação com o Céu, Deus tem realizado Seu propósito por Seus filhos  pelo gradual desdobrar em seu espírito das doutrinas da graça. Sua  maneira de repartir a verdade é ilustrada nas palavras: “Como a alva  será a Sua saída”. Oséias 6:3.  Aquele que se coloca onde Deus o possa iluminar, avança, por assim  dizer, da obscuridade parcial da aurora para o pleno brilho do meio-dia.
 A verdadeira santificação significa  perfeito amor, perfeita obediência, perfeita conformidade com a vontade  de Deus.
Devemos santificar-nos para Deus mediante a obediência à  verdade.

    Nossa consciência deve ser expurgada das obras mortas para  servir ao Deus vivo.

    Não somos ainda perfeitos; mas é nosso privilégio  desvencilharmo-nos dos obstáculos do eu e do pecado e prosseguir para a  perfeição.

Grandes possibilidades, altas e santas conquistas são  colocadas ao alcance de todos.
{Actos dos Apóstolos cap.55}

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