Indulgências à venda — A igreja de Roma mercadejava com a graça de Deus. Com a alegação de levantar fundos para a construção da igreja de S. Pedro, em Roma, indulgências pelo pecado eram oferecidas à venda por autorização do papa. Pelo preço do crime dever-se-ia construir um templo para o culto a Deus. Foi isto que suscitou o mais eficaz dos inimigos do papado, determinando a batalha que abalou o trono papal e fez tremer na cabeça do pontífice a tríplice coroa. {GCC 59.1}
Tetzel, o oficial designado para dirigir a venda das indulgências na Alemanha, era culpado das mais ignóbeis ofensas à sociedade e à lei de Deus; no entanto, foi empregado para promover os projetos mercenários do papa na Alemanha. Repetia deslumbrantes falsidades e histórias maravilhosas para enganar um povo ignorante e supersticioso. Tivesse este a Palavra de Deus, e não teria sido enganado desta maneira; mas a Bíblia havia sido retirada.8. {GCC 59.2}
Ao entrar Tetzel numa cidade, um mensageiro ia adiante dele, anunciando: “A graça de Deus e do santo padre está às vossas portas!”9. O povo recebia o pretensioso blasfemo como se fosse o próprio Deus. Tetzel, subindo ao púlpito da igreja, exaltava as indulgências como o mais precioso dom de Deus. Declarava que em virtude de seus certificados de perdão, todos os pecados que o comprador mais tarde quisesse cometer, ser-lhe-iam perdoados, e que “mesmo o arrependimento não é necessário”.10. Assegurava aos ouvintes que as indulgências tinham também poder para salvar os mortos; no mesmo instante em que o dinheiro tinia de encontro ao fundo de sua caixa, a alma em cujo favor era pago escaparia do purgatório, ingressando no Céu.11. {GCC 59.3}
Ouro e prata eram canalizados para o tesouro de Tetzel. Uma salvação que se comprava com dinheiro era mais fácil do que aquela que exige arrependimento, fé e diligente esforço para resistir ao pecado e vencê-lo. {GCC 59.4}
Lutero encheu-se de horror. Muitos de sua própria congregação haviam comprado certidões de perdão. Logo começaram a dirigir-se a seu pastor, confessando seus pecados e esperando absolvição, não porque estivessem arrependidos e desejassem corrigir-se, mas sob o fundamento da indulgência. Lutero recusou-se a isto, advertindo-os de que, a menos que se arrependessem e reformassem a vida, haveriam de perecer em seus pecados. Voltaram-se a Tetzel queixando-se de que seu confessor lhes recusara o certificado, e alguns exigiram ousadamente que lhes fosse restituído o dinheiro. Cheio de ira, o frade proferiu terríveis maldições, fez com que se acendessem fogos nas praças públicas e declarou “haver recebido ordem do papa para queimar todos os hereges que pretendessem opor-se às suas santíssimas indulgências”.12. {GCC 59.5}
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